Três feridos em ataque a Kiev. Derrubados 36 de 89 drones russos lançados durante a noite
Um ataque com um drone russo em Kiev feriu três pessoas, duas das quais foram hospitalizadas. As autoridades ucranianas denunciaram a execução de cinco soldados capturados pelas forças russas na região de Donetsk.
A queda de destroços de um drone destruído danificou um edifício não residencial no distrito de Dniprovskyi, em Kiev, revelou o autarca Vitali Klitschko na rede social Telegram.
Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, afirmou que as unidades de defesa aérea estavam a operar na cidade depois da meia-noite de quarta-feira.O exército ucraniano avançou que suas defesas aéreas derrubaram 36 dos 89 drones
russos lançados durante a noite. Os militares afirmaram ter perdido o
rasto a 48 drones e outros cinco deixaram o território da Ucrânia em
direção à Rússia e à Bielorrússia.
Os ataques surgem depois de a Rússia ter lançado um número recorde de drones contra a Ucrânia na terça-feira, cortando a eletricidade em grande parte da região ocidental de Ternopil e danificando edifícios residenciais na região de Kiev.
Também esta quarta-feira os sistemas de defesa aérea russos destruíram 22 drones ucranianos durante a noite, afirmou o Ministério da Defesa.
Dez dos drones foram destruídos sobre o território da região sul de Rostov, enquanto os restantes estavam nas regiões de Belgorod, Voronezh, Kursk, Bryansk e Smolensk, acrescentou o Ministério no Telegram.
Kiev denuncia execução de cinco militares
As autoridades ucranianas denunciaram na terça-feira a execução de cinco soldados ucranianos capturados pelas forças russas perto de Pokrovsk, na região de Donetsk, no leste do país. O gabinete do procurador daquela região do leste da Ucrânia abriu uma investigação preliminar sobre a possível prática de crimes de guerra, revelou em comunicado.Os acontecimentos ocorreram em 13 de novembro, quando as forças russas atacaram posições de tropas ucranianas na cidade de Petrivka.
Cinco soldados ucranianos refugiaram-se depois de se retirarem para uma casa particular, que passado algum tempo foi cercada pelo inimigo.
Os soldados russos obrigaram-nos a sair e a deitar-se no chão e depois dispararam sobre eles com armas semiautomáticas, segundo o procurador.
Já no início do mês a justiça ucraniana tinha anunciado que estava a investigar a alegada execução de seis dos seus soldados após a sua captura no leste do seu território pelas forças russas.
As autoridades ucranianas afirmaram no final de outubro ter informações sobre a execução por parte dos soldados russos de mais de uma centena de prisioneiros de guerra, na maioria dos casos recentemente.
A Ucrânia e a Rússia acusaram-se repetidamente de matar prisioneiros de guerra desde o início da invasão russa, lançada em fevereiro de 2022.
O Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirma ter "documentado numerosas violações do direito internacional humanitário contra prisioneiros de guerra, incluindo casos de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos".
“Desafio” histórico para a Convenção de Otava
A transferência de minas antipessoal para a Ucrânia por parte dos Estados Unidos constitui um “desafio” sem precedentes para a Convenção de Otava, que proíbe estes engenhos explosivos na maioria dos países, alertaram os membros do tratado.
“Desde que a Convenção entrou em vigor há 25 anos, este histórico tratado de desarmamento humanitário nunca enfrentou um desafio tão grande à sua integridade”, escreveu a Convenção num comunicado na terça-feira, referindo-se a um “desenvolvimento preocupante”.
O tratado, assinado em 1997, é objeto, até sexta-feira, de uma conferência internacional em Siem Reap, no Camboja, organizada de cinco em cinco anos para avaliar os progressos realizados no sentido de alcançar o objetivo de um mundo livre de minas antipessoal.
A cimeira teve início na segunda-feira, poucos dias depois de Washington ter anunciado que estava a fornecer minas a Kiev para travar o avanço das tropas russas no leste da Ucrânia.
Cerca de 164 países e territórios reconhecem o Tratado de Otava, incluindo a UcrâO tratado proíbe os Estados membros de adquirir, produzir, armazenar ou utilizar minas antipessoal. nia. No entanto, os Estados Unidos ou a Rússia não o reconhecem.
“A receção de uma arma proibida constituiria uma violação direta do Tratado por parte de um Estado Parte”, acrescentou a Convenção, referindo-se à Ucrânia.
Kiev afirmou na terça-feira que não destruirá o que resta das suas reservas de minas herdadas do período soviético, no contexto da invasão russa.
A partir de Siem Reap, um representante do Ministério ucraniano da Defesa acusou Moscovo de levar a cabo “atividades genocidas” ao espalhar minas em regiões onde vivem pelo menos seis milhões de pessoas.
As minas e os resíduos explosivos de guerra (ERW) são armas que matam ou ferem maioritariamente civis, e o número de vítimas aumentou no ano passado 20 por cento em relação a 2023, matando ou ferindo 5.757 pessoas, segundo a Campanha Internacional para a Proibição de Minas Terrestres (ICBL).
A organização, que foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz em 1997, contabilizou 580 vítimas na Ucrânia.
c/ agências